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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Enquanto isso, pelos arredores da Nova Suiça...

Jovem baleado tem morte cerebral

Pedro Henrique Queiroz , 22, estava no batizado do filho horas antes de ser baleado por um policial militar

A equipe médica do Hospital Santa Mônica detectou ontem a morte cerebral do bacharel em Direito Pedro Henrique Queiroz, 22. O jovem foi internado na unidade há quatro dias após ser baleado por um policial militar no último domingo, 7, quando retornava de um jantar na casa de sua sogra, no Setor Jardim América. Na ação, o soldado Gevani Carvalho da Silva atingiu Pedro Henrique com um tiro na nuca. O jovem estava no banco de passageiros de um veículo Renault Clio conduzido por Marcos Cezar Teixeira de Oliveira, 23, amigo que dava carona à vítima e a sua esposa, a estudante universitária Pabline do Valle Queiroz, 21.

No dia do crime, o soldado e o cabo da PM estavam em um veículo da Superintendência Municipal de Trânsito (SMT), mas não chegaram a perseguir o Renault. Marcos Cezar de Oliveira estaria em baixa velocidade e juntamente com os outros dois passageiros, não ouviu os policiais pedindo para parar. A esposa de Pedro Henrique só percebeu que o marido estava baleado após perceber que saía sangue da nuca do jovem. Ela pediu ao amigo para frear o veículo, mas mesmo com o carro parado, os dois policiais não abordaram ninguém. Os dois militares teriam fugido do local sem prestar socorro e sem efetuar a conferência de documentos do condutor. Ambos serão indiciados.

Testemunhas que estavam no local no dia do acontecido e que já foram ouvidas no 7º Distrito Policial (DP) de Goiânia disseram ter ouvido o cabo Marcelo Sérgio dos Santos, 42, que estava na companhia de Gevani, instigar o PM a atirar contra o veículo. A Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar apuram se houve excessos por parte dos policiais na abordagem. O delegado Paulo Roberto Tavares de Brito, responsável pela investigação, informa que já ouviu quatro testemunhas do caso, incluindo o condutor do veículo alvejado pelo policial militar. Ele revela que nos depoimentos as testemunhas asseguram que o carro não praticou “cavalo de pau” ao passar próximo aos policiais e que um deles teria ordenado ao outro que efetuasse o disparo contra o Renault Clio.

Até o momento o delegado trabalha com a hipótese de prática de crime de lesão corporal grave, mas a possibilidade de homicídio não está descartada. “Somente com a conclusão das investigações será possível decidir qual crime os policiais poderão responder”, acrescenta. O inquérito deverá ser concluído no prazo de 30 dias e até o final desta semana outras testemunhas serão ouvidas pelo titular do 7º DP. A estudante Pabline, esposa de Pedro Henrique, ainda não prestou depoimento à polícia. Ela é uma dos ocupantes do veículo e não foi convidada a depor por estar em estado de choque.

Os dois policiais suspeitos se apresentaram espontaneamente à Policia Civil e à Corregedoria da Polícia Militar na última na segunda-feira, 8. Eles disseram que o veículo estava em alta velocidade e atiraram para parar o carro na tentativa de alvejar o pneu. Geovane Cardoso da Silva e Marcelo Sérgio dos Santos foram afastados do serviço operacional da PM e transferidos para o setor administrativo da polícia. O jovem baleado continua em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santa Mônica.

“Milagre”
Os familiares de Pedro Henrique Queiroz acompanham o caso pela imprensa e estão confiantes na recuperação do jovem. “Temos fé que ele irá se recuperar”, diz o irmão mais velho do bacharel em Direito, Roberto Emanuel de Queiroz Filho. Roberto comenta que testemunhas relataram aos familiares que no dia do crime uma outra viatura da PM teria tentado descaracterizar a cena do crime ao se aproximar do veículo alvejado, mas sem sucesso.

A família está indignada com a ação dos policias e diz não ter dúvidas quanto à ocorrência de abuso da força. “Nós queremos justiça e que os culpados sejam punidos”, disse o pai do jovem, Roberto Emanuel de Queiroz. Ele não concorda com a atitude dos PMs e afirma que eles foram embora após atirar em Pedro Henrique.

(Renato Rodrigues - Jornal Hoje Notícia)

1 Comments:

Blogger Luiz Alfredo said...

Ingrata, muito triste ...

Mais ainda me entristece o fato de que só há a notícia, a revolta, a mobilização social, quando quem morre é um inocente filho da classe média alta; enquanto isso, nos arredores de nossa metrópole (parque tremendão, oeste industrial, aparecida de goiania, entre outros), muitos mais inocentes estão sendo torturados, assassinados, estuprados, e ai de quem se levantar por eles: tomará, provavelmente, pedrada...

ter. nov. 25, 10:02:00 PM

 

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