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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

1001 Discos - 0012


Sonic Youth
Daydream Nation
(1988)

Teatral

O destino desse projeto 1001 Discos parece estar "espiritualmente" ligado à banda Sonic Youth de alguma forma. Foi deles a edição número um do projeto e são eles agora novamente os contemplados para marcar esse retorno às postagens. Interessante.

No entanto, algo que chama ainda mais atenção, é que o ambiente criado pelo som desse álbum como um todo é muito sugestivo, apontando
justamente no sentido de se fazer uma grande revolução.

Você não precisa ser o cara mais sensível do mundo para sentir na pele (ou nos tímpanos) o tom de contestatório, o tom de insatisfação com a ordem estabelecida, que a banda utiliza em suas músicas. Ainda que, pela minha primeira impressão, esse álbum tenha parecido ser um pouco menos "noise-rock" do que o "Goo" (comentado anteriormente) ele é bem denso e possui alguns do principais elementos que caracterizam um som atenticamente punk.

O engraçado é que eu, nessa altura da vida, estou começando a me identificar com vários aspectos dessa cultura punk, sobretudo nessa parte da "arquitetura" musical. Começo a ver também, cada vez com mais clareza, que o punk tem uma finalidade diversa ao fazer música do que simplesmente TOCAR os instrumentos e FAZER a música em si.

O punk tem um elemento que se sobressai à música. É como se fosse algo teatral. Não é à toa que os punk possuíam aquele visual que tanto os marcou na década de 80. Mas, como acontece com quase tudo, a massificação da mídia e a moda banalizaram demais seu aspecto mais interessante, justamente toda a questão que fundamentava, que justificava o por que daquele impacto visual.

Porque, ao contrário do que acontece com os "emos" de hoje em dia, não é preciso ser um gênio para saber que os punks tiveram uma importância cultural, social e sobretudo POLÍTICA muito mais significativa para formação de uma geração, do que essa galera emo tem hoje. Intelectualmente, culturalmente e socialmente muito mais atuantes, os punks definitivamente marcaram a geração dos anos 80 e, sem dúvida, essa cultura continua viva e marcada na vida de muita gente até hoje.

Mesmo sabendo que o Sonic Youth não representa uma banda punk no sentido estrito do termo (costuma-se encaixá-la mais precisamente em um cenário pós-punk) é inegável que esse paralelo Sonic Youth-punk existe. Isso fica evidente principalmente se observarmos os timbres dos instrumentos. A guitarra em algumas faixas possui afinação muito incomum (ouça "Total Trash" ou a intro de "Rain King") , nas quais há momentos em que ela parece realmente estar desafinada, mas isso obviamente tem um propósito. A introdução de "The Sprawl", por exemplo, é linda e empolgante. Assim como o ritmo alucinante de "Silver Rocket".

Se antes eu tinha um pé atras com o movimento do qual a Sonic Youth faz parte, esse álbum mostra em alto e bom som que não há motivos reais para isso. Pode até ser pelo fato de eu estar conhecendo a banda de uma forma regressiva (o "Goo" é posterior ao "Daydream Nation").

De fato, pra quem gosta de rock, pra quem acha que música é algo que DEVE ir além do simples entretenimento, pra quem quer descobrir (ou relembrar) a real "intenção" e "atitude" que uma banda de rock deve ter, além de entender os fundamentos por trás do movimento "underground" alternativo daquela época (e de hoje), vale muito a pena investir na banda Sonic Youth.



Daydream Nation
Studio album by Sonic Youth
Released October 1988
Recorded July 1988 – August 1988 at Greene Street Recording, New York City
Genre Alternative rock
Length 70:47
Label Enigma (U.S.)
Blast First (UK)
DGC Records (1993 CD and later re-issues)
Producer Nick Sansano, Sonic Youth


Original release

All songs written by Sonic Youth.

1. "Teen Age Riot" (lyrics/vocals Moore, Gordon intro vocals) – 6:57
2. "Silver Rocket" (lyrics/vocals Moore) – 3:47
3. "The Sprawl" (lyrics/vocals Gordon) – 7:42
4. "'Cross the Breeze" (lyrics/vocals Gordon) – 7:00
5. "Eric's Trip" (lyrics/vocals Ranaldo) – 3:48
6. "Total Trash" (lyrics/vocals Moore) – 7:33
7. "Hey Joni" (lyrics/vocals Ranaldo) – 4:23
8. "Providence" (vocals Mike Watt) – 2:41
9. "Candle" (lyrics/vocals Moore) – 4:58
10. "Rain King" (lyrics/vocals Ranaldo) – 4:39
11. "Kissability" (lyrics/vocals Gordon) – 3:08
12. Trilogy: – 14:02†
* a) "The Wonder" (lyrics/vocals Moore) – 4:15
* b) "Hyperstation" (lyrics/vocals Moore) – 7:13
* z) "Eliminator Jr." (lyrics/vocals Gordon) – 2:37

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1 Comments:

Blogger Luiz Alfredo said...

Meu amigo, algumas considerações:

Há a possibilidade de disponibilizar os albuns no diretorio virtual da Usina em seus arquivos compactados? Facilitaria nosso download, pois embora esteja esteticamente organizado pelo modo atual, precisamos baixar arquivo por arquivo, o que é um pouco chato.

E se tratando dos "emos", eu penso que tais criaturas são tão influentes socio-culturalmente quanto os punks nos dias de hoje (e em grande parte mais abrangentes e punctantes) MUITO EMBORA em uma simples análise criteriosa dessa "tribo" revela grande parte do desvalor desta pseudo intelectualidade emo, ultrasensibilidade e afetação melindrosa.

Devem existir qualquer coisa de interessante, mesmo que ínfimo, para a sociedade nessa protocultura: o que eu não sei e não consigo enxergar. Mas é inegável o nicho que eles ocupam atualmente e sua força simbólica de geração produto da pós-modernidade.

(Tem algo de japonês nessa emaiada toda hehehe! Não acha?)

Abraço

qua. dez. 03, 08:03:00 PM

 

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