o amor, a morte e as paixões (Ato I - O Amor)
Preâmbulo
Como muitos por aí, ele não tinha muito dinheiro.
Aliás, é bom que se diga, ele não tinha nem emprego.
Não que isso seja BOM ao pé-da-letra (se é que letra tem pé, coisa que eu nunca vi) , mas isso é só mais para que você me entenda bem mesmo...
(E, sendo sincero, só emendei essa ladainha de pé de letra pra quebrar qualquer clima dramático que tinha sido porventura criado...) =P
E pra ele não restava muita opção a não ser tentar levar a vida numa boa até que aparecesse uma oportunidade interessante. Mas pra isso sabia que era preciso ter paciência e persistência porque essas coisas não se resolvem da "noite pro dia".
Exatamente duas virtudes que ele NÃO tinha. Paciência para se contentar com pouco.
Uma coisa que ele não tinha mesmo era muita paciência. Queria viver tudo de uma vez e o mais intensamente possível. E além disso não tinha muita sorte.
Porque, mesmo ser saber perfeitamente porquê, na opinião de muitos que o conheciam (ou que achavam que o conheciam) ele estava mesmo era vivendo na malandragem.
Como se tivesse escolhido viver "à toa na vida..."
Como se isso fosse o princípio fundamental de sua existência...
(Jesus, Misericórdia!!!)
...
Ato I - O Amor
É... E talvez fosse isso mesmo.
Afinal, brasileiro é MESMO meio malandro e faz de tudo por um futebolzinho...
(Ah, esqueci! Desculpe-me se você NÃO É assim, SUA ABERRAÇÃO!!!!)
Ops, perdão, mas louco é quem foge à regra...
E ele foi ver seu futebolzinho.
No estádio.
Oportunidade única.
Única chance de ver o seu time literalmente em campo naquele ano.
Sacanearam no preço dos ingressos, mas nem isso o conteve.
Com esses ingressos inflacionados, ele não tinha com quem ir ao jogo, mas nem isso o conteve.
Ninguém o acompanharia.
Ninguém.
Teria que ir só.
Encarou.
Sem querer, pensava e cantarolava "Hoje eu quero sair só..."
Sem querer...
Mas não tinha outra opção!
Separou o dinheiro do busão, esqueceu o boné.
E foi.
"Tchau!
Vai ver se eu tô lá na esquina,
devo estar...
A lua me chama
Tenho que ir pra rua...
Já deu minha hora,
e eu não posso ficar..."
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