Já Ganhou
Mais do que o excelente Thiago Silva, melhor do que o surpreendente Fernando Henrique, acima do estrelado Washington, o Fluminense conta com um craque imbatível para, agora, certa conquista da Libertadores: o destino. O clube carioca sobrevive merecidamente no torneio continental a ponto de fazer da decisão contra a LDU mera formalidade. Eis a verdade, amigos (só para citar o gênio que, mesmo sem jamais ter calçado chuteiras ou entrado em campo, é ídolo): o tricolor será o campeão. Está escrito há 10 mil anos. E não vai ser um punhado de desimportantes equatorianos que conseguirá alterar algo tão sólido. Desde o início do ano, a providência divina dá sinais de que adotou o Fluminense na jornada inédita. Confere só, você aí:
* No começo da temporada, Renato Gaúcho tinha centroavantes demais e idéias de menos. Leandro Amaral, Dodô e Washington esbarravam-se em campo e o time patinava. O técnico, sempre arrogante nas entrevistas, ameaçava barrar um deles, mas não cumpria - e os resultados não vinham. Quando a angústia de torcedores e cartolas começava a arranhar a tranqüilidade, a Justiça devolveu Leandro Amaral (o predileto de Renato, diga-se) ao Vasco e Dodô voltou a ter problemas com seu inconcluso caso de doping. O time, então, se arrumou. Thiago Neves foi jogar no ataque, Cícero encontrou lugar e Conca garantiu sua merecida vaga.
* A fase de grupos da Libertadores foi vencida sem sustos - o que não é nenhuma façanha, até o Flamengo conseguiu. Mas o time não inspirava confiança e, quanto o emparelhamento pôs o São Paulo no caminho, teve tricolor se conformando com uma despedida honrosa, aquela coisa “perdi, mas não esculacha”. Os paulistas tiveram sua chance na má atuação dos cariocas no Morumbi, mas o destino, de novo ele, evitou uma goleada que decretaria o fim da novela no primeiro capítulo. No segundo, as coisas se complicavam novamente quando Adriano fez 1 a 1, mas, um átimo depois, Dodô marcou - num improvável frango de Rogério Ceni. Foi o gol decisivo, da reação que se consumou com Washington no último minuto.
* Em seguida, o Boca, bicho-papão que habita pesadelos gaúchos, paulistas, mineiros, cariocas, brasileiros. Primeiro, a Bombonera, 12 jogador deles, foi interditada (com razão, sublinhe-se); depois, o goleiro titular, contundido, desfalcou o time argentino - e o reserva, Migliore, tomou o frango que garantiu o empate em dois gols, daqueles que no desempate valem quatro. Na volta, ontem, o Boca jogou melhor, ameaçou, perdeu chances, saiu na frente. O gol portenho, aliás, permitiu a entrada de Dodô. O artilheiro, irritado com a reserva, entrou com raiva e resolveu a parada.
* Por três vezes - contra o São Paulo no Rio, e contra o Boca nos dois jogos -, os tricolores “acharam” seu gol logo depois de tomar um. A desvantagem, nesse caso, virou um combustível para a virada.
* Até o vexame do Flamengo ajuda. A lembrança do supermico rubro-negro está viva o suficiente para reprimir festas pré-final, mesmo com o abissal favoritismo diante da LDU.
A Libertadores tricolor lembra, muito, a trajetória da seleção brasileira na Copa de 2002, um time desacreditado, desacertado, que deu certo por mágica. Lembra? Na antevéspera do Mundial, Emerson, titular absoluto, machucou-se numa pelada, Kleberson entrou para jogar como nunca havia feito - nem faria novamente -, Ronaldo e Rivaldo curaram os joelhos, e o resto é história.
Por tudo isso, eis a verdade, amigos: o Fluminense já ganhou.
Anrran... Vai nessa... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk