http://www.makepovertyhistory.org Usina de Pensamentos: dezembro 2008

Criar, mudar, refinar o pensamento! Viver o sentimento e sentir o que é vivido! Enxergar as ilusões recolocar-se na realidade! Ter insights, sentir-se continuamente inspirado... Seja mais um operário na Usina de Pensamentos!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Atividade de Língua Portuguesa: texto livre


A quase criação de um (bom) texto

por Ennio Jacintho Danesi


Esta noite, o escritor descansava. Mas, interrompido por melancolia sem remetente, tomou o lápis e trancou-se. Sentou-se à mesa, pensou as idéias e pousou-as lentamente sobre o papel. Repetia a operação. Do ar para o papel e do papel para o ar. O texto, de pé sobre a mesa, começava a respirar. Mostrava-se e escondia-se; numa decência que equivalia à nudez do mundo.
Sob toda a roupa:
a verdade e a mentira.
No texto:
a cumplicidade do artista.
O escritor desencarnava-se. Virava fumaça e espalhava-se no ar. Caminhava pelo tempo e esquecia-se.
De tão distraído, deixava o dia acabar e as palavras, distantes e angustiadas, sem idéias.
O autor insistiu, mas
da pena cansou-se
a contragosto rendeu-se.
O texto agora, incompreendido, palmilhará aéreo o caminho de volta; irá petrificar-se novamente em objeto.
Da Beleza para a rosa
Do amor para a fotografia.
Sendo por fim esquecido.


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Ouvindo:
Miles Davis - Blue In Green

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Nelson Freire - EU FUI!!!

Além dos dedos,
eu ouvi a VOZ dele...








Duas horas depois, por acaso, no Glória...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Nelson Freire - EU VOU!!!


Não dá nem pra acreditar... =')

domingo, 14 de dezembro de 2008

Free as a bird


Free as a bird,
it's the next best thing to be.
Free as a bird.

Home, home and dry,
like a homing bird I'll fly
as a bird on wings.

Whatever happened to
the life that we once knew?
Can we really live without each other?

Where did we lose the touch
that seemed to mean so much?
It always made me feel so...

Free as a bird,
like the next best thing to be.
Free as a bird.

Home, home and dry,
like a homing bird I'll fly
as a bird on wings.

Whatever happened to
the life that we once knew?
Always made me feel so free.

Free as a bird.
It's the next best thing to be.
Free as a bird.
Free as a bird.
Free as a bird.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

FUI!!! Até 2009...


Amigos,

Encerro aqui minhas atividades "blogueiras" (ou "bloguísticas"?) deste ano!
Muito provavelmente voltarei a postar só em 2009...

BOM NATAL E FELIZ 2009 a todos!!!

E lembrem: "Bebam SEM moderação!!!"
Aproveitem bem essa vida...



"O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela."
(F. Pessoa)


Abs,


Gabs

Cyttaria Berteroii

[...] Na Terra do Fogo o fungo em seu estado rígido e maduro é recolhido em grandes quantidades pelas mulheres e crianças, e é comido cru. Ele tem um gosto pegajoso e levemente doce, com um odor fraco como o de um cogumelo comum. Com exceção de umas poucas bagas, principalmente de um arbusto pequeno, os nativos não comem nenhum outro alimento vegetal. [...]


(C. Darwin)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

o que dorme



[...]" A sensação era exactamente idêntica àquela que nos assalta perante alguém que dorme. Tudo o que dorme é criança de novo. Talvez porque no sono não se possa fazer mal , e se não dá conta da vida, o maior crimonoso, o mais fechado egoísta é sagrado, por uma magia natural, enquanto dorme. Entre matar quem dorme e matar uma criança não conheço diferença que se sinta " [...]

(F. Pessoa)


Banksy








































" When I was a kid I used to pray every night for a new bicycle.
Then I realised God doesn’t work that way, so I stole
one and prayed for forgiveness. "


- Emo Philips

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

1001 Discos - 0015



AC/DC
Highway to Hell
(1979)

"Guys Night Out "

Incrível! Um álbum tão bom e tenho a sensação de ter tão pouco a comentar. Sem maiores rodeios. Rock, rock, rock e rock. Vou repetir essa palavra mais umas duzentas vezes. Se você quiser ouvir rock de primeiríssima não perca nem um segundo a mais. Corra atrás desse álbum do AC/DC.

Nele o rock demonstra toda sua identidade.
Trilha sonora ideal para uma boa noite de farra e bebedeira entre amigos. Esse álbum é o puro êxtase do rock. Os temas das músicas resumem de forma cabal o supra-sumo de tudo que envolve o espírito de um legítimo roqueiro.

Esse é mais um álbum que comento aqui dos que conheço desde adolescente. Lembro-me de ter comprado o CD assim que ele chegou às lojas na sua re-edição. Mas meu primeiro contato com o AC/DC havia sido, como de praxe, com o "Back in Black".

A guitarra e o estilo do Angus Young logo chamaram a atenção.
No entanto, agora sendo bem franco, os vocal do Brian Johnson nunca me convenceu de forma plena. No "Back In Black" eu gosto muito das músicas, das guitarras, das levadas, do ritmo, mas tem algo no estilo do vocalista que não me agrada.

Talvez seja a própria falta de variação nas melodias. Ele cantas diversas músicas de forma muito parecida. Ainda não sei. Preciso explorar um pouco mais o som da banda para sentir esse estranho "fenômeno" de verdade. Foi quando eu descobri que esse "algo a mais" é justamente o que o "Highway to Hell" tem de sobra.


"Highway to Hell" é autêntico. Esse som tem uma forte identidade. Tem limites - início, meio e fim. Bon Scott está realmente "endiabrado" nesse álbum. Ele completa o som do AC/DC de forma espetacular. Na realidade, não só completa, como é um elemento de destaque dentro dele. Não é muito comum você conseguir sentir a presença de palco de um vocalista a partir de um álbum gravado em estúdio. No "Highway to Hell" ele parece tirar isso de letra. Bon Scott brilha de forma magnífica.

Angus Young colabora de forma não menos fantástica. Os riffs desse álbum são TODOS já considerados clássicos imortais do rock. As músicas são muito bem cadenciadas, com aqueles refrões que ficam marcados de forma definitiva na cabeça de quem se entrega de verdade ao som do AC/DC.

Se você ainda não conhece essa obra-prima, CORRA. Esse é um dos 1001 álbuns que você realmente NÃO PODE MORRER antes de ouvir. O próprio Bon Scott nos deixou essa lição: ele pouco pôde desfrutar o sucesso que acabara de conceber. Sufocado pelo álcool, estava morto poucos meses depois do lançamento desse disco.


Highway to Hell
Studio album by AC/DC
Released July 27, 1979
Recorded February–April 1979
Genre Hard rock, blues-rock, heavy metal
Length 41:42
Label Albert
Atlantic
Producer Robert John "Mutt" Lange


All songs were written by Angus Young, Malcolm Young, and Bon Scott.

1. "Highway to Hell" – 3:28
2. "Girls Got Rhythm" – 3:23
3. "Walk All Over You" – 5:10
4. "Touch Too Much" – 4:27
5. "Beating Around the Bush" – 3:56
6. "Shot Down in Flames" – 3:22
7. "Get It Hot" – 2:34
8. "If You Want Blood (You've Got It)" – 4:37
9. "Love Hungry Man" – 4:17
10. "Night Prowler" – 6:27

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I think


I think

Case must be that one generation then should be as many living as now. To do this & to have many species in same genus (as is) requires extinction.
Thus between A & B immense gap of relation. C & B the finest gradation, B & D rather greater distinction. Thus genera would be formed. — bearing relation

(C. Darwin)

Malignant Narcissism

INTERVALO

" Sou qualquer coisa que fui. " (F. Pessoa)

domingo, 7 de dezembro de 2008

What You Are


What you've become
Just as I have
Are you and I so unalike?
Huddled here
You just as I am
Afraid if we dance
We might die
Mock the world
Live safe
Say why
Don't you know?
When you give life
Then you become
What you are

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Humano, demasiado humano - 011

A Mulher e a Criança



383. Erro das mulheres nobres.


" As mulheres nobres pensam que algo não existe absolutamente, quando não é possível falar dele em sociedade. "


...idéias...


"... idéias fervilharam como bailarinos
de um clássico russo
conduzidos pela sinfonia de Tchaikovsky..."

R.M.S.L.Jr.

1001 Discos - 0014


Talking Heads
Remain in Light
(1980)

O Caminho para o Sucesso

Impossível não sentir a nostalgia dos anos 80 ao ouvir esse som. Posicione o cursor da primeira música "Born Under Punches (The Heat Goes On)" em 02:45 e escute aquele som que lembra o super mario ou alex kidd ou até mesmo um "river raid". Para quem viveu essa época não tem como não fazer tal referência.

Mas o elemento musical que mais chama a atenção nesse álbum é o ritmo, bem anti-convencional, sobretudo para aquela década. Esse álbum é riquíssimo em elementos percussivos, arranjados não de uma forma latina na qual nós brasileiros (ou latino-americanos) estamos acostumados (o que nos levaria para uma salsa, um mambo ou um merengue) mas remetendo especificamente a ritmos africanos. Essa fusão ficou realmente interessantíssima. Basta que se escute "The Great Curve" com bastante atenção na percussão. A velocidade e a forma que o bongo é tocado realmente não remete a nenhum outro ritmo que não ao africano. Não tem suingue. É o ritmo por si, simplesmente uma marcação bem sincopada. Para entender o que isso significa tente acompanhar o ritmo de "Listening Wind". No fundo lembra um reggae, mas não tem absolutamente nada de reggae.

"Once in a Lifetime" é uma faixa que chama bastante atenção. Não exatamente por sua construção ritmica, mas por ser uma faixa que tem a cara do produtor do disco. Essa faixa grita o nome de Brian Eno. Está ali mais do que explícito. Ou você não concorda que o refrão dessa música lembra U2 no início da carreira? Esse competente produtor tem uma participação decisiva na construção desse álbum. Outra faixa em que essa marcante influência se deixa transparecer é na "Seen And Not Seen".

"Houses in Motion" lembra muito algumas faixas do Parliament/Funkadelic do final da década de 70 ao mesmo tempo em que abre caminho para o território que seria explorado mais tarde por bandas como Red Hot Chili Peppers e Faith No More por exemplo.

Já a psicodélica e carregada "The Overload" fecha o disco de forma atordoante. O clima "dark" que eles conseguiram imprimir nessa música não é algo simples de se obter. A música em ritmo lento, as pequenas oscilações preenchendo no fundo, as vozes com um delay minuciosamente calibrado, a bateria mantendo a vibe de forma precisa, tudo isso forma um cenário completamente distinto de tudo que se ouviu no disco inteiro. O som como um todo remente a algo pessimista, mas ainda assim é extremamente agradável de se ouvir.

Para ser bem franco, até um tempo atrás eu não tinha muita consideração pela banda "Talking Heads". Ouvi muito se falar sobre David Byrne na MTV - na época que a MTV era a "MUSIC" television - mas nunca dei muita moral. A verdade é que eu não cresci em um ambiente de rock alternativo. Meus amigos não ouviam esse tipo de som, ou pelo menos não tiveram a chance de me aplicar nesse estilo musical. Ainda desconheço a discografia da Talking Heads.

No entanto, o que importa é que essa barreira veio abaixo. Começo a compreender porque essa banda sempre foi tão respeitada e recebeu tantos prêmios. "Remain in Light" é um álbum realmente genial, mesclando elementos das mais diferentes culturas, consequentemente criando um clima diferente e interessante a cada música. Tudo isso muito bem balanceado pela mão de um produtor que dispensa qualquer apresentação. O resultado não tinha como ser diferente: sucesso e muito reconhecimento da mídia.



Remain in Light
Studio album by Talking Heads
Released October 8, 1980 (1980-10-08)
Recorded July 1980 (1980-07)-August 1980 (1980-08) at Compass Point Studios, Bahamas; Sigma Sound Studios, Philadelphia and Eldorado Recording Studios, Hollywood
Genre Post-punk, New Wave, World music
Length 39:48
Label Sire
Producer Brian Eno

All songs written by David Byrne, Brian Eno, Chris Frantz, Jerry Harrison, and Tina Weymouth.

Side one

1. "Born Under Punches (The Heat Goes On)" – 5:46
2. "Crosseyed and Painless" – 4:45
3. "The Great Curve" – 6:26

Side two

4. "Once in a Lifetime" – 4:19
5. "Houses in Motion" – 4:30
6. "Seen and Not Seen" – 3:20
7. "Listening Wind" – 4:42
8. "The Overload" – 6:00

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Humano, demasiado humano - 010

O Homem em Sociedade



322. A família do suicida.

" Os familiares de um suicida não lhe perdoam não ter ficado vivo em consideração ao nome da família. "

1001 Discos - 0013



Butthole Surfers
Locust Abortion Technician
(1987)

Arrojo sem limites

Um álbum indigesto. A onda experimental desse disco chegou a tal nível, que pra mim foi muito difícil de acompanhar o seu ritmo. No entanto, esse "experimentalismo" não lembra em nada aquela coisa genial e brilhante da década de 60 e 70. Não. Esse disco transborda aditivos químicos. Muito. De todos os tipos e variedades. A droga foi o principal combustível para composição desse álbum. A tal ponto que, não sendo um usuário, você terá dificuldades em compreender a magnitude dessa obra.

Entretanto, com certa sensibilidade, é possível perceber que esse álbum foi uma rica fonte de influência das mais diversas formas para vários artistas, principalmente da década de 90. Bandas como Nirvana, Soundgarden, Faith No More, Red Hot Chili Peppers, Incubus, entre várias outras que vinham se estabelecendo no cenário alternativo dessa época certamente aproveitaram muitas das boas idéias contidas nesse audacioso álbum do Butthole Surfers. Quais idéias?

Classificado dentro da categoria de rock alternativo, esse álbum tem uma essência punk tocada em ritmo notadamente mais lento. A maioria das músicas não é cantada, tem apenas gritos e grunhidos (lembrando um hardcore) , ou então a voz tem efeitos que lembram um pouco a fase mais psicodélica do "Funkadelic". A distorção dos instrumentos é colocada no nível máximo. A afinação das guitarras é "questionável", mas isso conforme aprendemos enquanto avançamos em nossa jornada dos 1001 discos, é até algo característico e usual dentro do gênero.

Esse álbum é pesado, é dark, é sim, perturbador. Para começar, sendo bem direto, basta que você compreenda o significado do nome da banda: literalmente "surfistas do olho do cú". É isso aí que você acabou de ler. Surfistas do olho do "toba". Uma piada. Aí então você percebe que a intenção dos músicos era justamente essa: fazer um som que casasse bem com esse humor negro pesado e direto. Mas ele o faz de uma forma tão crua que torna difícil a compreensão de alguém que não esteja "chapado".

Mesmo assim, é facil perceber que algumas faixas utilizam técnicas arrojadas de estúdio, como por exemplo, tocar a música de trás pra frente, a utilização de duas baterias (dois bateristas!) e uma forma de se agregar as faixas e se conceber um álbum totalmente nova.

Aliás, arrojo é a palavra que mais define esse álbum. Isso seria bom, muito bom. Não fosse seu elemento complementar, o limite, algo totalmente ignorado na maior parte de sua construção.



Locust Abortion Technician
Studio album by Butthole Surfers
Released March 1987 (US)
1987 (EUR) (AUS)
Genre Alternative rock
Length 32:34
Label Touch and Go (US)
Blast First (UK)
Torso (Netherlands)
Au Go Go (AUS)
Producer Butthole Surfers

All songs written and produced by the Butthole Surfers, except where noted.

Side 1

1. "Sweat Loaf" – 6:09
2. "Graveyard" – 2:27
3. "Pittsburg to Lebanon" – 2:29
4. "Weber" – 0:35
5. "Hay" – 1:50
6. "Human Cannonball" – 3:51

Side 2

1. "U.S.S.A." – 2:14
2. "The O-Men" – 3:27
3. "Kuntz" (unknown Thai artist) – 2:24
4. "Graveyard" – 2:45
5. "22 Going on 23" – 4:23


(back cover*)

(*The back cover of the "deformed baby" is said to be Jimi Hendrix.)

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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Humano, demasiado humano - 009

O Homem em Sociedade


335. Medo do próximo.

" Tememos a disposição hostil do próximo, porque receamos que, graças a esta disposição, ele chegue aos nossos segredos. "

1001 Discos - 0012


Sonic Youth
Daydream Nation
(1988)

Teatral

O destino desse projeto 1001 Discos parece estar "espiritualmente" ligado à banda Sonic Youth de alguma forma. Foi deles a edição número um do projeto e são eles agora novamente os contemplados para marcar esse retorno às postagens. Interessante.

No entanto, algo que chama ainda mais atenção, é que o ambiente criado pelo som desse álbum como um todo é muito sugestivo, apontando
justamente no sentido de se fazer uma grande revolução.

Você não precisa ser o cara mais sensível do mundo para sentir na pele (ou nos tímpanos) o tom de contestatório, o tom de insatisfação com a ordem estabelecida, que a banda utiliza em suas músicas. Ainda que, pela minha primeira impressão, esse álbum tenha parecido ser um pouco menos "noise-rock" do que o "Goo" (comentado anteriormente) ele é bem denso e possui alguns do principais elementos que caracterizam um som atenticamente punk.

O engraçado é que eu, nessa altura da vida, estou começando a me identificar com vários aspectos dessa cultura punk, sobretudo nessa parte da "arquitetura" musical. Começo a ver também, cada vez com mais clareza, que o punk tem uma finalidade diversa ao fazer música do que simplesmente TOCAR os instrumentos e FAZER a música em si.

O punk tem um elemento que se sobressai à música. É como se fosse algo teatral. Não é à toa que os punk possuíam aquele visual que tanto os marcou na década de 80. Mas, como acontece com quase tudo, a massificação da mídia e a moda banalizaram demais seu aspecto mais interessante, justamente toda a questão que fundamentava, que justificava o por que daquele impacto visual.

Porque, ao contrário do que acontece com os "emos" de hoje em dia, não é preciso ser um gênio para saber que os punks tiveram uma importância cultural, social e sobretudo POLÍTICA muito mais significativa para formação de uma geração, do que essa galera emo tem hoje. Intelectualmente, culturalmente e socialmente muito mais atuantes, os punks definitivamente marcaram a geração dos anos 80 e, sem dúvida, essa cultura continua viva e marcada na vida de muita gente até hoje.

Mesmo sabendo que o Sonic Youth não representa uma banda punk no sentido estrito do termo (costuma-se encaixá-la mais precisamente em um cenário pós-punk) é inegável que esse paralelo Sonic Youth-punk existe. Isso fica evidente principalmente se observarmos os timbres dos instrumentos. A guitarra em algumas faixas possui afinação muito incomum (ouça "Total Trash" ou a intro de "Rain King") , nas quais há momentos em que ela parece realmente estar desafinada, mas isso obviamente tem um propósito. A introdução de "The Sprawl", por exemplo, é linda e empolgante. Assim como o ritmo alucinante de "Silver Rocket".

Se antes eu tinha um pé atras com o movimento do qual a Sonic Youth faz parte, esse álbum mostra em alto e bom som que não há motivos reais para isso. Pode até ser pelo fato de eu estar conhecendo a banda de uma forma regressiva (o "Goo" é posterior ao "Daydream Nation").

De fato, pra quem gosta de rock, pra quem acha que música é algo que DEVE ir além do simples entretenimento, pra quem quer descobrir (ou relembrar) a real "intenção" e "atitude" que uma banda de rock deve ter, além de entender os fundamentos por trás do movimento "underground" alternativo daquela época (e de hoje), vale muito a pena investir na banda Sonic Youth.



Daydream Nation
Studio album by Sonic Youth
Released October 1988
Recorded July 1988 – August 1988 at Greene Street Recording, New York City
Genre Alternative rock
Length 70:47
Label Enigma (U.S.)
Blast First (UK)
DGC Records (1993 CD and later re-issues)
Producer Nick Sansano, Sonic Youth


Original release

All songs written by Sonic Youth.

1. "Teen Age Riot" (lyrics/vocals Moore, Gordon intro vocals) – 6:57
2. "Silver Rocket" (lyrics/vocals Moore) – 3:47
3. "The Sprawl" (lyrics/vocals Gordon) – 7:42
4. "'Cross the Breeze" (lyrics/vocals Gordon) – 7:00
5. "Eric's Trip" (lyrics/vocals Ranaldo) – 3:48
6. "Total Trash" (lyrics/vocals Moore) – 7:33
7. "Hey Joni" (lyrics/vocals Ranaldo) – 4:23
8. "Providence" (vocals Mike Watt) – 2:41
9. "Candle" (lyrics/vocals Moore) – 4:58
10. "Rain King" (lyrics/vocals Ranaldo) – 4:39
11. "Kissability" (lyrics/vocals Gordon) – 3:08
12. Trilogy: – 14:02†
* a) "The Wonder" (lyrics/vocals Moore) – 4:15
* b) "Hyperstation" (lyrics/vocals Moore) – 7:13
* z) "Eliminator Jr." (lyrics/vocals Gordon) – 2:37

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