na contramão
o som da sua voz me destrai, não compreendo nada do que dizes, pois ou conteúdo é profundo demais, ou por demais alheio a tudo o que pertence à minha existência. não estou em nada do que diz respeito a você, por mais que frequentemos o mesmo espaço num instante qualquer. tens as tuas preferencias, outro diria que são prioridades, mas dentre elas não existe eu, e pra mim não existe nem você mesmo, pode ser que não exista ninguém, é que está longe demais pra eu ver daqui direito e eu sou míope. só vejo vultos. mas consegues preencher o tempo de forma tão mágica eu diria, e dás a tudo, sobretudo ao presente, um significado simbólico tão concreto que fica difícil de não-acreditar. carrego o meu fardo com dificuldade extrema e pra ti ele é apenas um suspiro. por osmose, essa tua leveza me tira um pouco do meu universo negro e profundo e infinito e consigo até enxergar ali algumas cores, mesmo que não consiga colori-lo definitivamente com minhas próprias forças. talvez por isso, pela minha própria deficiência, eu não consiga colocar um ponto final aqui. e nem em lugar nenhum. é bem verdade que tampouco há desfecho nas tuas eloucobrações. mas quando eu acho que estou indo longe, você me acena do lá do além, ao mesmo tempo em que permanece ao meu lado e me empurra um passo adiante.
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