Meus amigos, primeiramente obrigado pela visita e atenção! Pretendo agora convidá-los a fazer uma breve reflexão. Você, por escolha ou acidente, acabou caindo aqui no blog "Usina de Pensamentos". Pois, nesses últimos dias me peguei pensando um pouco sobre esse título, tentando fazer um paralelo com a forma como vejo a sociedade que está ao meu redor. Digo propositalmente "a forma como vejo" porque não quero rotular essa condição a uma nacionalidade (falar que "o povo brasileiro é assim") ou à condição cultural da comunidade que habita a minha região do Brasil ("o povo goiano é assim"), apesar disso tudo estar relacionado de alguma forma com a minha opinião, mesmo que indiretamente. Nada de ataques de fúria neste momento, pelo contrário, busco o caminho alternativo da serenidade. Enfim, o que acontece? O que que tá pegando?
Bom, ultimamente tenho percebido que as pessoas parecem ter uma enorme dificuldade de saber o que desejam pra si. Como assim? É isso mesmo. As pessoas não sabem o que querem de verdade. Muitas vezes têm planos, alguns querem casar, levar uma vida boa, trocar de carro, comprar um apartamento maior, comprar uma tevê de plasma (ih, já ta ultrapassada, agora é LED) ou uma roupa de grife legal ou uma bolsa de luxo... Enfim. Geralmente o primeiro pensamento é justamente ligado ao patrimônio ou a algo material. Por que isso? A minha ideia, que não é nada de outro mundo, é de que somos programados pra ser assim. Tá até aí nenhuma novidade. Nenhuma novidade? Vê? Estamos anestesiados e muitas vezes somos envenenados pelo próprio antídoto.
Na verdade, penso que estamos cada vez mais desorientados, ou melhor, orientados estritamente para uma visão curta. A imensa quantidade de informação que nossos sentidos processam ao longo do dia acabam por nos levar a tomar decisões que não refletem aquilo que nós mesmos acreditamos ser melhor para nossa vida, mas para os interesses das grandes corporações (e do Estado) de que devemos consumir cada vez mais. Via de regra, nós não exercitamos o nosso próprio pensamento. Parece que quando temos tempo pra pensar, já não temos reservas de energia para fazê-lo porque nos sentimos esgotados. E isso acaba tendo diversas implicações de ordem psíquica, fisiológica e social refletindo, em última análise, em toda crise ambiental que estamos passando. Como assim?
Muitas pessoas não pensam mais no destino do lixo que elas produzem nas suas residências, ou nos estabelecimentos que frequentam. Não pensam, não querem saber e acham que isso não é problema delas. Nos casos mais graves, apesar de serem bem orientadas deixam de separar o lixo ou então de higienizá-los para reciclagem por pura preguiça. Isso para citar apenas um dos problemas ambientais mas poderíamos falar aqui do consumo e desperdício de água que é absurdo, sobretudo nos grandes condomínios da porção da sociedade com maior poder aquisitivo, energia elétrica, o problema da falta de unidades reciclagem de entulho das construções na maioria das cidades brasileiras, e por aí vai, são milhares de exemplos. Nem seria tão absurdo assim generalizar: "ninguém" está nem aí pra isso. Por quê?
Porque as pessoas não "pensam". Trocando em miúdos, elas se restringem a usar o grande potencial que cérebro nos oferece apenas para executar tarefas do cotidiano e cumprir estritamente o seu papel funcional onde quer que estejam. É claro que isso não é errado, não estou dizendo isso. Critico justamente as pessoas estarem voltadas apenas para isso, quando poderiam buscar muito mais, enxergar muito mais, pretender muito mais e, assim, viver muito melhor.
A tevê absorve todo o tempo em que poderia existir diálogo ou discussões na maioria das famílias brasileiras. Ela absorve também nossa energia mental, ao mesmo tempo em que nos bombardeira com informações que querem a todo custo nos sugestionar para determinados caminhos. E vejam, a televisão não é a verdadeira culpada, porque ela é um ente passivo, mas sim a forma como a maioria de nós veem a televisão. Quem decide ligar ou não a televisão é você. O poder que a violência e sexualidade (exibidos praticamente sem restrições) têm para submeter e provocar reações psicológicas é imenso. As grandes emissoras, há muito, já descobriram isso. Ou você fica impassivo diante da notícia de um pai que jogou a filha da janela de um apartamento? Ou diante do ex-marido que executa uma mulher com oito tiros na cabeça e depois se mata? Não dá. E tudo isso tem uma intenção subjacente, que poucos enxergam. Os jornais, que deveriam ser informativos, são verdadeiras novelas completamente roteirizadas com uma finalidade específica. As emissoras estão a todo o momento querendo reforçar os argumentos que sustentam a condição favorável pra elas. E a internet está se transformando nessa mesma ferramenta. [...]
Pense.
Antes de apertar o botão "ON", pense.
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