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quinta-feira, 19 de março de 2009

Segurança


Antes de qualquer coisa esse post contém um singelo pedido:


PARE


Pelo tempo que você puder, ou melhor, pelo tempo que você suportar. Se tiver a ousadia, cronometre. Sério. Por quanto tempo você acha que consegue conter o próprio ímpeto? Durante esse breve intervalo, quantos pensamentos diferentes cruzarão a sua mente? Desses, quais pensamentos serão realmente seus e quais serão cópias, fragmentos de uma originalidade alheia?


Será que é legal transformarmos a vida nesse mosaico, colorido para quem está afastado mas monotônico em uma visão real, e ainda, artificial para qualquer efeito? Sim, porque se a vida se constrói pelas experiências que temos oportunidade de desfrutar, é preciso estar seguro em si, de forma a nos sentirmos aptos a fazer uma escolha correta. Mas vejam, não me refiro a "escolha correta" no sentido "universal" do termo. Não. Trata-se da escolha correta para si. É saber dizer o sim quando convem, mas também eliminar fatos que podem ser dispendiosos demais para nossa capacidade de suporte. Isso pode até parecer egoísta. Só parece.

Não seria a própria vida, em sua acepção mais pura, algo puramente egoístico? Tirando o véu da hipocrisia, pelo menos noventa (e nove, vírgula nove) por cento de tudo que fazemos é para nosso próprio deleite. Estou enganado? Pensem brevemente a respeito.

Analisando a história dos meus nove mil e seiscentos dias de jornada nesse planeta vejo que o meu "mosaico" ainda está, de certa forma, desfigurado. Pode ser que fique assim até o fim, mas o ponto onde quero chegar é justamente esse. Até que ponto o passado deve servir de base para o nosso futuro. Vendo por outro lado, poderíamos questionar: qual a melhor forma de moldar nossa identidade? Quem é você, de verdade? És meu amigo? Por que você está lendo isso aqui neste momento? Você realmente se importa com qualquer coisa que esteja escrito aqui? Faz alguma diferença?

Sendo bem franco e direto: não. Não faz qualquer diferença. Daqui a pouco a tevê estará ligada, o navegador vai apontar para o próximo blog, as notícias derramando sangue como sempre, mas na novela tudo lindo, no seriado tudo uma beleza... Ficção... Pura ficção... Na verdade, estaremos todos cansados. Cansados de viver? Pode ser. Talvez. E tem gente que acha que a vida é breve. Para quem tem pressa, sem dúvida. Para quem quer simplesmente agregar novas peças no seu "mosaico", sem parar para organizá-las, não há dúvidas. Mas então, como organizar essas "peças"? Dá pra mudar o passado?

É obvio que não dá. Mas à medida que nos libertamos de pequenos "vícios", completamente dispensáveis, a ponto de sobrar um tempinho, por mínimo que seja, para pensarmos um pouco sobre o nosso caminho, tudo naturalmente faz mais sentido. É automático. Mas nunca sobra tempo. Nem para si. Quando não somos fuzilados pela quantidade de informação que precisamos processar a cada dia, nossa mente se auto-executa. É errado viver assim? Cabe a cada um tirar as próprias conclusões.

Porque independentemente do grau de "alienação" que cada ser humano aceite em relação ao "mundo" uma coisa é certa: TODOS, TODOS buscam simplesmente uma única coisa: segurança. Sob todos os aspectos. Tudo que foi criado, tudo que circunda o homem e que ele fundou, em tudo que ele imprimiu a sua força criativa, estava, de alguma forma, buscando segurança em primeiro lugar. Ao mesmo tempo: você já parou para pensar no quanto isso é triste? Triste do ponto de vista da confiança, tanto em si como nos outros. Porque, de fato, a primeira ideia de segurança é de que ela existe para nos proteger dos outros. A minha via, agora, é a contramão desse pensamento.

Deveríamos pensar em uma forma de segurança que nos proteja, primeiramente, de nós mesmos. Dos nossos próprios entraves e dificuldades, dos mais complexos e profundos bloqueios mentais que possuímos, dos quais muitas vezes temos até consciência de sua existência, mas não fazemos nada para mudá-los. Porque não podemos exigir dos outros aquilo que nós mesmos não possuímos ou o que não conseguimos executar por conta própria.

Respeitando de forma mais direta nossa própria realidade intrínseca, ouvindo com mais paciência tudo que nossa mente está gritando e pedindo a nós que seja feito, minha convicção é de que, por incrível que pareça, o mundo ficaria muito menos mesquinho, egoísta e hipócrita. Enfim, um lugar mais agradável para se viver. Uma visão romântica? Rotule como quiser. Antes de qualquer coisa, pratique. Ou melhor:
PARE.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Boa reflexão!

sex. mar. 20, 08:34:00 AM

 

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